
- Olha Lucas você acha que ela vai gostar dessa roupa? – Ela
me perguntou de uma forma bem calma.
- É... ela quem?
- Oras menino a morte. Ela me avisou que vinha hoje, então
preciso me arrumar. – Fiquei sem chão quando ela me falou isso.
- Para de falar isso vó, ninguém vai levar a senhora não.
Mesmo sabendo que minha avó já não estava com a cabeça muito
boa fiquei meio incomodado com isso, eu estava com um pressentimento estranho
de que algo ruim iria acontecer, por isso resolvi ficar perto dela só para
garantir que nada acontecesse.
Eu estava com sono, tinha ido dormir bem tarde na noite
passada e ainda não era nem 6 da manhã, fiz um café e chamei minha vó para
tomar também ela pegou um pote de bolachas e começamos a comer e conversar
sobre coisas banais do dia a dia, porem de vez em quando ela falava que estava
ouvindo vozes chamando por ela, eu sempre desconversava e mudava rapidamente de
assunto.
O café terminou e levei-a para o quarto, deitei ela na cama,
liguei a tv e fiquei sentado ao seu lado assistindo junto, as horas foram
passando acabei pegado no sono e quando dei por mim já era quase meio dia quando
olhei para a cama da minha avó, e notei a sua falta fiquei desesperado e fui
procura-la, quando cheguei na cozinha lá estava ela serena e cantarolando
enquanto preparava algo no fogão, ao perceber que eu estava na porta ela se
virou e disse.
- O almoço está quase pronto, fiquei arrependida por ter te
acordado logo cedo então resolvi prepara seu prato preferido.
- Vó, você não precisa se preocupar comigo, eu é que tenho
que cuidar da senhora.
- Nada disso, os mais velhos que cuidam dos jovens.
Fiquei bem mais tranquilo ao ver ela vestida de forma normal
e cozinhando como sempre fazia, fui me sentar no sofá da sala para esperar ela
terminar o almoço, não se passou muito tempo quando ela veio até a sala.
- Lucas você poderia ir até a vendinha da esquina comprar um
refrigerante?
- E deixar você sozinha?
- Menino a vendinha é logo ali do lado, e eu não sou nenhum
tipo de criancinha para ter uma babá.
- Tudo bem, mas não saia de casa ok. – ela concordou com a
cabeça e fez uma careta.
Sai da casa e tranquei o portão, da frente da casa já dava
para ver a quitandinha onde minha avó sempre comprava as coisas, comecei a
subir a rua e quando estava quase chegando na quitanda cruzei com uma mulher
muito estranha, ela usava um véu e seu rosto era bem estranho, ao passar do
lado dela senti algo estranho, pensei em continuar meu caminho, porem não
conseguia parar de pensar na sensação estranha que aquela mulher me passou fui
me virar para ver para aonde aquela mulher estava indo, e quando me virei ela
estava parada na frente da casa da minha avó, algo impossível já que ela havia
acabado de passar por mim, liguei rapidamente os pontos e sai logo correndo em
direção a casa da minha avó, mas a estranha mulher desapareceu e quando eu
entrei na casa minha avó estava caída no chão já sem vida.