segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O Presente "Historia Assombrosa 28"

Eu odeio a minha vizinha, ela quase conseguiu acabar com a minha sanidade em apenas um mês, e tudo isso só aconteceu por ter aceitado um presente dela... apenas por ter aceitado aquele maldito vaso de flores.

Tudo começou quando a Jenny chegou e começo a morar na casa ao lado, ela se apresentou e parecia ser uma pessoa educada e bondosa, logo nos primeiros dias nos tornamos amigas e conversávamos diariamente, até que em um determinado dia Jenny me deu um vaso de flores de presente e disse que era para simbolizar nossa amizade.

Nesse momento você deve estar pensando, mas como isso pode ser algo ruim a ponto de quase me deixar maluca, vou explica exatamente o que ocorreu após esse presente e veja se aquela mulher não é uma verdadeira filha da ****.

Após receber o vaso de presente coloquei ele na mesa central da sala de estar para que assim todos pudessem admira-lo, nos primeiros dias tudo estava normal, até que comecei a repara que alguns utensílios estavam sempre mudando de lugar, se isso não fosse o suficiente também comecei a ouvir barulhos durante a noite, até que em um dia estava jantando com meu marido e uma cadeira se moveu sozinha, e claro que isso nos deu um grande susto, porem isso era apenas o começo.

Com o passar dos dias isso foi se tornando algo recorrente, moveis se movendo, sons durante a noite, sensação de estar sendo observado, tudo isso estava acontecendo na minha casa e eu boba como sou nem imaginava qual era o motivo, porem quando completaria 20 dias que esses fenômenos estavam acontecendo tive uma paralisia do sono e acabei saindo do corpo, isso já tinha acontecido uma vez e eu já li bastante sobre isso na internet. Quando sai fiquei em pé ao lado do meu corpo e vi uma luz azulada vindo da sala da minha casa, ao caminhar até lá vi uma mulher em cima da mesa sentada sobre o vaso de flores, ela estava de costas e quando notou minha presença se virou, era uma sobra escura e apenas seus olhos podiam ser vistos.

A criatura começou a vir em minha direção, e eu fiquei travada de medo e não conseguia me mover sequer um centímetro, mas quando aquela coisa estava prestes a encostar em mim uma luz extremamente forte veio de cima e aos poucos a criatura foi se afastando e desaparecendo, eu comecei a sentir uma tranquilidade muito forte e uma voz forte e calma começou a falar.

- Tome cuidado, nem sempre os presentes carregam boas intenções, a pessoa que lhe deu essas flores não quer seu bem-estar.

A luz foi ficando cada vez mais forte e quando dei por mim já era de manhã e eu avia retornado ao meu corpo, sem perder tempo joguei aquelas malditas flores no lixo e fui rezar, pois sabia bem quem tinha me salvado na noite anterior. Com o passar do tempo eu me afastei da Jenny e aos poucos a vida dela foi caindo aos pedaços, até o dia em que ela se mudou e nunca mais ouvi falar sobre ela.

terça-feira, 21 de julho de 2020

Review Nerd Burro de Dragon's Tale

Fala ae galera, após muito tempo estou aqui com mais uma análise de quadrinho brasileiro, dessa vez vou cumprir a promessa que fiz a 2 anos atrás, e vou falar de Dragon´s Tale obra do Fabiano Santos e Igor Guanandy, que juntos esbanjam qualidade em uma das melhores webcomics que já li.

Sinopse: Há milhares de anos atrás os humanos conviviam com dragões, esses seres místicos eram cultuados como divindade. Dara´Khoo era o mais poderoso dos dragões e ao assumir uma forma humanoide se relacionou com uma humana, gerando dois filhos híbridos, Dab´ka e Mör´ker ambos cresceram sendo rivais. E essa rixa foi tamanha que terminou com a extinção dos dragões, e hoje essa história é tratada como uma lenda.

Após essa breve introdução na mitologia da obra vamos aos acontecimentos atuais, Yan é um jovem que vive de lutas clandestinas, porem em uma noite ele tem um sonho muito estranho onde é dito que um grande perigo está por vir, e no dia seguinte ele recebe a notícia que Wong seu antigo mestre foi brutalmente morto, agora disposto a descobrir o assassino ele retorna para as montanhas aonde foi criado e treinado pelo velho Wong.

Nota: 5/5 Sem dúvidas Dragon´s Tale vai muito além de um simples quadrinho de briga, a premissa é meio clichê, porem os personagens e a narrativa compensam tudo, a relação entre os personagens é muito bem desenvolvida, deixando bem claro a personalidade de cada um deles em poucos quadros. Sobre a arte os traços eles vão evoluído a cada capitulo “com destaque a cena dos sacos de boxe no capitulo 6 que tem um enquadramento fenomenal”, as cenas de luta são incríveis e isso se deve por conta do Fabiano ter praticado artes marciais por um bom tempo, então é alguém que entende como os golpes funcionam. O quadrinho conta atualmente com 6 capítulos, porem já é o suficiente para te deixar apaixonado pelos personagens, infelizmente o projeto está paralisado desde 2018, mas ainda tenho esperanças de um retorno da série, pois os autores ainda estão na ativa em outros projetos, o Igor está junto de uma galera produzindo o quadrinho Pacifica “e parece promissor”, e o Fabiano vem publicando vários desenhos incríveis, e entre eles temos as do Wandere Joe e sua trupe, que podem se tornar um possível projeto no futuro, pois carisma eles já tem.

Por enquanto é isso, essa review vai ficando por aqui e até o próximo post.


segunda-feira, 13 de julho de 2020

Estou com Medo "Historia Assombrosa 4"

Eu era uma jovem e apesar de passar por vários problemas estava conseguindo me acertar

morando sozinha e longe da minha família, tinha acabado de colocar internet no apartamento e não estava mais tão atolada em dívidas, finalmente após três meses morando sozinha as coisas pareciam estar dando certo.

Estava anoitecendo quando as luzes do apartamento começaram a piscar, mas isso não era problema porque finalmente podia desfrutar da internet em meu apartamento e nada me atrapalharia, após mexer um pouco no facebook e assistir alguns vídeos no Youtube por alguma razão eu fiquei com um sentimento ruim, era como se eu estivesse com medo, mas medo do que? eu me perguntava e antes de obter a resposta a energia do meu apartamento acabou de vez. Eu fiquei apavorada e rapidamente me levantei para ligar lanterna do meu celular e me dirigi até a porta.

Quando abri a porta e sai, dei de frente com um corredor vazio e escuro, e o silencio que habitava o lugar foi quebrado com um súbito assovio feito pelo vento, comecei a andar por aquele corredor indo em direção as escadas que ficam na frente do elevador bem no final do corredor, mas no meio do caminho um som ecoou e gelou a minha espinha. Era o som do elevador, eu rapidamente olhei para frente e vi que as luzes do elevador estavam acessas, mas isso era impossível já que não avia energia no prédio, então sem pensar duas vezes sai correndo o mais rápido que pude de volta para o meu apartamento quando cheguei na porta ouvi o som das portas do elevador abrindo, e sem olhar para o corredor entrei em meu apartamento e tranquei a porta, quase com um extinto fui correndo até o quarto trombando em vários moveis da casa que estavam no caminho, ao chegar na cama pulei para de baixo dela, peguei o telefone e liguei para a polícia, antes de completar a ligação comecei a ouvir batidas na porta.

- 190 qual é a emergência?

- Alo é.... Tem alguém tentando arrombar a porta do meu apartamento. - Nesse momento estava com tanto medo que mal conseguia segurar o celular direito, e de repente as batidas pararam e o silencio voltou.

- Okay, qual é o seu endereço?

- Eu morro no decimo andar do apartamento Marcô na avenida Gisert número 126 por favor mandem alguém logo, estou com muito medo!!!- E uma voz assustadora vinda de cima da cama disse.

- Medo de que?


segunda-feira, 6 de julho de 2020

Review Nerd Burro de Nimona


A review de hoje será de Nimona, quadrinho escrito e desenhado pela Noelle Stevenson que foi lançado no brasil pela editora Editora Intrínseca, essa obra vai te emocionar, e te mostrar que algumas coisas não são exatamente o que as pessoas dizem ser.

Sinopse: Nimona é uma metamorfa que tem o sonho de trabalhar com Ballister Coração-Negro um ex-cavaleiro que após um “acidente”, onde perdeu seu braço e foi impedido de continuar como cavaleiro e acabou se tornando um vilão, “pelo menos é o que dizem”, porem apesar de inúmeras tentativas nunca conseguiu realizar nenhum de seus planos, tudo isso graças ao herói Ambrosius Ouropelvis “melhor nome”, que é o grande cavaleiro do reino e tem um enorme envolvimento com Ballister, mas após a chegada de Nimona tudo muda, já que diferente de Coração-Negro que apesar de ser o vilão ainda segue várias regras para cometer seus crimes, Nimona mata pessoas sem o menor problema e por conta disso os dois são perseguidos por Ouropelvis e a poderosa Institução de Heroismo & Manutenção da Ordem que faz de tudo para manter o controle “e quando eu digo tudo é tudo mesmo”.

Nota: 5/5 Falando sério Nimona me surpreendeu, eu já tinha ouvido falar bem da obra, mas não esperava que eu gostaria tanto dela “li ela toda em uma tacada só, e olha que isso é difícil de acontecer”, o relacionamento entre os personagens é muito boa, as tiradas também são de mais, porem o mais importante para mim na obra é como ela se parece com a realidade, onde as coisas são facilmente manipuladas e alguém que é bom é taxado de mal em pouco tempo todos começam a acreditar nisso, a ideia de herói e vilão é algo muito pessoal e esse é o charme da obra “e até da vida”, os traços são muito agradáveis e as cores também chamam bastante atenção, com certeza se você der uma chance ira gostar da obra. Caso tenha se interessado o link para a compra é esse: http://www.intrinseca.com.br/livro/683/ , mas caso queira ver uma previa com os primeiros capítulos o link é esse: http://www.gingerhaze.com/nimona/comic/page-1 , no site da autora “está em inglês” ou nesse que a própria Intrínseca liberou “em português”: http://www.intrinseca.com.br/upload/livros/1-%C2%A6CAP_Nimona_WEB.pdf . Por hoje é isso, essa review vai ficando por aqui e até o próximo post.

terça-feira, 30 de junho de 2020

A Outra Rebeca "Heisenberg's Magic Mirror of Uncertainty" de Duane Michals


Sempre fui uma menina muito contida, não falava mais do que o necessário. Minha criação foi feita pelos meus avós, em sua grande casa que era repleta de antiguidades de várias gerações de nossa família. Tenho lembranças boas de todos aqueles objetos, que para mim representavam lembranças de meus antepassados, porem um em especial me chamava muito a atenção. Um espelho, ele era redondo e sua aparência antiga demonstrava o desgaste pelo tempo, mas o grande motivo que me fazia ficar horas olhando fixamente para ele, era a forma anormal com que ele me refletia. Apesar de imagem ser a minha algo causava estranheza, − não sei exatamente como descrever −, era como se fosse uma outra pessoa, mas com minha aparência.

Nunca questionei meus avós a respeito do espelho, afinal de contas como perguntaria algo se nem mesmo tinha certeza que eles viam a mesma coisa que eu. Ao passar do tempo fui tendo uma estranha relação com esse espelho, todos os dias ficava horas olhando para ele, sentia algum tipo de interação com o meu reflexo, por isso comecei a me dirigir ao reflexo como “A Outra Rebeca”, para ela eu me abria, contava todas as angustias e incertezas que sentia, além dos problemas que tinha em criar laços com outras pessoas. Com certeza isso foi algo que me ajudou bastante naquela fase.


Quando completei meus 20 anos decidi que já era hora de sair da casa dos meus avós, parti rumo ao centro da cidade, e lá aluguei uma casa modesta, no dia de minha partida, minha avó veio até mim e me disse: − Leve o espelho consigo minha filha, será uma forma de se lembrar de nós mesmo estando longe – não havia como negar tal pedido, então continuei minha parceria com “A Outra Rebeca”.

Já estalada em minha nova moradia, porém não estava tendo muita sorte em arrumar um emprego, em mais uma noite sem sucesso, cai aos prantos, sabia que minha timidez afastava as oportunidades, mas era algo mais forte que eu. Então parei na frente do velho espelho, precisava de um conselho, uma ajuda, qualquer coisa.

Foi ai que eu ouvi... Era fraco como um sussurro, mas eu ouvi, vinha do reflexo “A Outra Rebeca”, estava tentando se comunicar comigo. No início ela me consolava, e nos meses seguintes comecei uma total mudança em minha personalidade, seguindo suas recomendações.


As coisas começaram a dar certo para mim, consegui um trabalho, e com a ajuda dos conselhos do espelho eu comecei a me envolver com Antônio, um homem esguio, de cabelo curto, apesar dos cabelos grisalhos não tinha a idade que aparentava, nossas paqueras foram se intensificando, até o momento em que finalmente o convidei a vir em minha casa. Preparei a casa para a chegada dele, posicionei o espelho em um canto da sala para que “A Outra Rebeca”, pudesse me ajudar com seus conselhos.

Sua chegada foi pouco depois do pôr do sol. Antônio estava muito bem trajado – me senti até envergonhada perante tamanha elegância – logo nos sentamos para conversar, porem os interesses de Antônio pareciam outros, e pouco tempo uma de suas mão foi pousada em minha perna, talvez pela minha natureza tímida fiquei extremamente incomodada com essa atitude, sem saber bem o que fazer olhei para o espelho, quando fiz isso tive como resposta: – Cuidado com esse homem, suas intenções não são boas – senti todo meu corpo congelar perante tal afirmação, minha mente foi recheada com dúvidas, ainda atônita me levantei e caminhei até o espelho. Fiquei frente a frente com meu próprio reflexo, então baixei a cabeça para refletir qual seria minha decisão, ouvir o que o espelho diz e dispensar Antônio de minha casa, ou ignorar o aviso e continuar com o encontro.

Mas antes mesmo de terminar meu raciocínio Antônio se levantou, e se aproximou perguntando o que estava acontecendo, quando levantei novamente a cabeça para olhar o espelho, vi pelo reflexo que Antônio estava com uma faca em uma de suas mãos, em um movimento rápido peguei uma lata que usava de porta canetas e acertei sua cabeça, ele caiu desacordado.

Em estado de choque eu tentava pensar o que estava acontecendo, em busca de auxilio me voltei para o espelho novamente. Mate-o dizia o espelho ­– Aproveite enquanto ele não pode reagir – não tinha certeza se deveria ou não mata-lo, mas com tamanha insistência vinda da “Outra Rebeca”, não tive outra escolha, fui até a cozinha e busquei a mais afiada faca que encontrei, voltei até a sala e antes de executar o ato em si olhei novamente para o espelho. Um sorriso largo se apresentava em meu reflexo, e sem hesitar golpeei seu peito, muito sangue começou a jorrar, continuei cortando seu corpo até o separar em várias partes. O espelho me aconselhou a enterrar os restos de Antônio por vários lugares diferentes, e assim o fiz por toda a madrugada. Quando o sol já estava nascendo retornei à minha casa, e mais uma vez olhei para o espelho, porem dessa vez meu reflexo não parecia estar diferente, e não ouvi mais nenhuma voz da “Outra Rebeca”, encarei meu próprio reflexo por algum tempo até chegar ao pensamento. 


Será que esse tempo todo era apenas meu verdadeiro eu que estava sendo refletido?


sábado, 20 de junho de 2020

O Truque Final "Historia Assombrosa 41"


Olá me chamo Marta e sou de uma renomada família de mágicos, venho aqui relatar o último truque de mágica executado pelo meu avô, o grande Rolsen como ficou conhecido.

Há exatamente um mês atrás meu avô de 83 anos veio até mim pedir para fazer parte do próximo show que nossa família iria fazer, eu obviamente estranhei essa atitude e perguntei o motivo desse desejo repentino, ele me disse que queria fazer uma última apresentação de despedia para terminar de vez sua vida nos palcos, fiquei um pouco apreensiva com isso, mas acabei cedendo já que ele nunca tinha feito uma apresentação de despedida.

Os dias foram passando e nada dele fazer algum tipo de menção a sua apresentação, até achei que ele tinha se esquecido, porem na semana da apresentação ele disse que finalmente estava pronto para sua despedida dos palcos, mesmo sabendo de toda sua experiência perguntei se ele não queria deixar para uma próxima apresentação já que não tinha treinado nenhum de seus grandes clássicos, ele calmamente me olhou e respondeu que não iria fazer nenhum truque antigo e sim algo completamente novo. Fiquei muito surpresa com isso e mesmo receosa perguntei qual seria esse tal novo truque, para meu espanto ele disse que faria uma versão da grande fuga de Houdini com caixão submerso, o truque consiste basicamente no magico escapar de dentro de uma caixa que estará submersa estando completamente amarado com correntes. Fui contra na mesma hora, mas ele já estava totalmente decidido em fazer esse truque.

Passei a semana toda tentando convence-lo a desistir do truque, mas o conhecendo da forma como o conheço sabia que nada iria impedi-lo de fazer isso, então eu e todos os membros do show fizemos de tudo para que nada acontecesse de errado, meu avô fez várias exigências para a apresentação, mas na medida do possível tentamos deixar tudo o mais fácil possível para que ele completasse a apresentação sem nenhum problema.
Quando finalmente chegou o dia do espetáculo todos nós estávamos preocupados, porem meu avô estava totalmente calmo e confiante, tanto que passou o dia todo dizendo o quão incrível seria sua despedida dos palcos. O show correu perfeitamente, e para fechar a noite com chave de ouro lá estava o grande Rolsen para executar sua última apresentação, ele entrou no palco se apresentou, dava para ver em seu rosto o quão feliz ele estava em realizar sua despedida dos palcos com um truque tão extraordinário, eu fui pessoalmente auxilia-lo a se preparar para o truque, passei as correntes sobre ele, e delicadamente o ajudei a entrar na caixa, antes de fechar perguntei se ele estava realmente pronto, e ao me dar o melhor sorriso de todos ele confirmou com a cabeça.

Fechamos a caixa e com ajuda de dois assistentes de palco colocamos ele dentro do aquário, o cronometro foi acionado, e descemos a cortina para ninguém ver o quão fácil seria a fuga das correntes e da caixa, porem os segundo foram passando e nem sinal de sua saída. Todos nos bastidores começaram a ficar preocupados e quando deu 1 minuto sem nenhuma movimentação eu não me contive, pedi para que subissem a cortina e corri para abrir o aquário, as pessoas da plateia começaram a ficar tensas ao notar que provavelmente o truque deu errado, os assistentes logo retiraram a caixa de dentro do aquário, e quando abrimos estava vazia.
O silencio que se instalou entre todos nos foi quebrado com um leve som de palmas vindas do fundo da plateia, e lá estava o grande Rolsen em pé com suas roupas pingando, a plateia foi ao delírio, e não só eles nós também estamos surpresos com esse truque. Rolsen foi celebrado pelo público enquanto retornava para o palco, ao se aproximar de mim me deu um grande abraço e me agradeceu, após isso se virou para o público e agradeceu a todos por prestigiarem seu último show de mágica.

Após o fim do espetáculo o vovô seguiu tranquilamente para seu trailer para descansar enquanto nós terminávamos de limpar e organizar tudo do circo, porem como todos ficaram muito impressionados com o truque um à um os funcionários passaram lá para parabeniza-lo pela apresentação, acabei sendo a última a ir até seu quarto e quando entrei lá estava ele, sentado sem sua poltrona com um sorriso de satisfação no rosto, me aproximei e perguntei a ele como fez aquele truque, e ele com tom debochado me respondeu “um bom magico nunca revela seus segredos”, demos risada e me despedi com um beijo em sua testa.

No dia seguinte fui acordada com a notícia de seu falecimento... Apesar da dor jamais esquecerei seus últimos sorrisos, e principalmente de seu truque final.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Devaneios


Seria eu uma pessoa inútil no mundo?
As vezes reflito sobre esse assunto.
Me vem a sensação de falha e impotência.
Não fazer nada certo, seria uma consequência?

Mas esse tipo de pensamento me vem ambíguo.
Pois nem tudo que faço é realmente horrível.
São nesses momentos, que não sei responder.
Ser ruim de fato, é o meu verdadeiro ser?

O pensamento é confuso, e nem eu mesmo entendo.
Em meio ao dia tudo parece estar fora do normal.
Mas compreendi com o passado do tempo.

O que parecia ser o fim, se tornou habitual.
O pessimismo se tornou algo pequeno.
Em mais uma crise existencial.